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terça-feira, 18 de agosto de 2015

Olhos Enxutos

Meus olhos agora enxutos; 
Das lágrimas que regaram; 
A árvore que continha do amor, os frutos; 


Do passarinho que descuidado; 
Pousou na armadilha; 
Do fruto do amor, que brilha; 

Nos galhos finos; 
As folhas mais verdes; 
Ainda jovens, serenes; 

Me privou da liberdade; 
Da imensidade; 
De meu mundo;  

E não esqueça; 
Que nosso amor morreu; 
Em um abismo profundo; 

Onde a luz do sol não alcança; 
A água da chuva escoa; 
E que a semente jamais brotará; 

Esqueci-me dos olhos tristes e molhados; 
Dos cantos angustiados; 
Dos pés descalçados; 

Sigo a trilha do ontem; 
Que me leva ao amanhã; 
Do futuro ainda dormindo; 

Pelo amor acordado de manhã; 
Esqueçamos por um momento; 
Que um dia, fomos, seu e minha. 

E não me venhas com o mesmo riso; 
Com o mesmo olhar; 
Pois só alcançam; 

A semente no fundo do abismo; 
As gotas dos olhos, agora enxutos; 
Cansados de chorar... 


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