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segunda-feira, 23 de março de 2015

Entre Becos e Vielas Veias e Artérias

Pelos degraus eu subo e desço; 
A escada da vida; 
Minhas decisões me levam, a caminhos diferentes ou constantes; 
As pessoas que conheci são mais ou menos importantes; 

Não sei se viro a esquina ou vou em linha reta; 
Procuro a peça que meu quebra-cabeça completa; 
Meus passos podem ser seguidos ou não; 
Mas, não deixo pegadas pelo chão; 

Hoje, talvez eu viva do jeito que eu queira; 
Sou dono do meu destino; 
Desalinho, desatino; 
Não vou mais viver como querem que eu viva; 

Sei que vou pagar um preço alto; 
E estou disposto à descobrir; 
Onde este caminho irá me levar; 
Quando eu estiver cansado, eu vou me sentar; 

Somos na verdade um reflexo de nossas atitudes; 
Nossa honra, nossa família, nossa virtude; 
Somos o dedinho que dói quando chutamos a quina da mesa; 
Quero um petit gateau de sobremesa; 

Conselhos são como um sermão chato; 
Podem ser úteis em certos momentos; 
Como podem separar o bem do mal; 
Qual a realidade de se ser normal? 

Não se acomode nas facilidades; 
Encare a vida e suas verdades; 
Ser artista é melhor que trabalhar; 
Um escritório fechado é duro de suportar; 

A vida foi lhe dada para que faças dela o que quiseres; 
Não se incomode com o incomodo dos outros; 
Não se acomode na poltrona que não é sua; 
Siga em frente, pela rua; 

Tema os seus medos; 
Faça do medo seu tema; 
Não chame a dificuldade de problema; 
Lembre do adeus, da mulher que te acena; 

Entre becos e vielas; 
Veias e artérias; 
Pensamentos e alucinações; 
Retire os cadeados dos portões; 

Isso seja livre; 
Grite sua liberdade a todos; 
Mas grite baixo; 
Isso incomoda muita gente; 

Podem lhe trancar novamente por isso; 
Mas, não permita que isso aconteça; 
Grite baixinho, levante a cabeça; 
Não acredite em destino, ele não existe; 

Você já conheceu algum destino? 
Se ficares sentado uma vida inteira em um sofá escapará da morte? 
Se sim você é um ser humano de muita sorte; 
Controla o destino quem pode; 

Seu passo seguinte não foi premeditado; 
Não esta escrito, nem contarão sua história; 
A menos que você faça ela ser contada; 
A vida de ninguém está fadada; 

Somos nós quem decidimos por onde vamos; 
Sua escolha só pertence à você; 
Eu acredito em mudança; 
Meus passos podem não significar nada para mim; 

Mas se eu pisar em uma formiga, a vida dela terá um fim; 
Apenas tome cuidado por onde pisa; 
Preste a tenção nos veículos cruzando a pista; 
Tudo está interligado; 

O bater das asas da borboleta; 
O vento forte que fez do outro lado do mundo; 
A nave espacial que pousou no meu quintal do fundo; 
Meu porco limpinho que todos achavam ser imundo; 

Eu não pertenço a você; 
Ninguém é de ninguém; 
Noventa e nove , não são cem; 


E eu lhe pergunto, você é quem? 


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