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segunda-feira, 6 de abril de 2015

Vontade

Eu sou aquilo que não pode ser domado; 
Um cavalo selvagem, que é ainda mais belo, correndo livre; 
Eu sou o veneno que não deve ser tomado; 
Um poeta, um poema, que a eternidade vive; 

Meu legado, é fazer, o que a minha vontade determina; 
Sou a vontade de nascer, da vida; 
Sou a quietude, que os ruídos, termina; 
O ceifar da morte com sua lâmina; 

Sou o prazer do orgulhoso que discrimina; 
O feixe de luz, que a escuridão ilumina; 
A arte que imita a vida; 
A vida que imita a arte; 

Todos os sentimentos que da vida faz parte; 
A alegria de escrever agora; 
A angústia que o peito coloca pra fora; 
A bola equilibrada no nariz da foca; 

A senhora na janela, fazendo fofoca; 
O sentimento mais sublime, que em seu coração, toca; 
O ódio do ignorante que o invoca; 
A determinação do esforço, de quem se foca; 

Sou o desprazer e os prazeres; 
O trabalhador, com seus afazeres; 
O mal querer e o bem querer; 
De todos eles; 

Sou o pensamento que te perturba; 
Sou a velhinha que atravessar a rua, você ajuda; 
O cego que não enxerga o que está a frente; 
A criança saltitante, que ganhou um presente; 

Sou a vista pro mar, pela janela; 
Sou a intelectualidade, dos exilados de capela; 
Sou pedra bruta, ou joia rara; 
Sou  samba que faz requebrar a mulata; 

Sou a lucidez ou a vida insensata; 
Do leite que ferveu, a nata; 
Cachorro de raça ou um vira-lata; 
As rimas mal feitas, da poesia barata; 

Eu sou a arte que me faz escrever; 
Sou a força que mantém a viver; 
O chute no traseiro , que lhe faz aprender; 
O amor que em seu coração, deseja permanecer; 

Sou a sanidade do maluco; 
O insensatez da normalidade; 
O carrasco, que da vida, não tem piedade; 
Sou o extermínio e a extremidade.... 




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