Em meu devaneio eu creio;
De sanidade estou cheio;
Vida comum eu não anseio;
Me disseram vem por aqui, mas ali contraveio;
Quero morar junto a minha loucura;
Procurar por toda as manhãs a minha abotoadura;
Andar livre de minha armadura;
E me libertar das amarraduras;
Conjecturas solenes;
Vidas secas e serenes;
Sair sem querer voltar ao toque da sirene;
Portos e portões, vielas e becos, se espremem;
Amanhecer junto ao dia;
Lavar o rosto no tanque e não na pia;
Fazer sexo selvagem em uma tremenda orgia;
Minha vida anda chata, talvez muito tranquila;
Vou buscar o além onde me encontrem;
Ficar perdido sem ninguém, esperando o acalento de outrem;
Eu me basto sozinho, pois aqui todos me tem;
Mas o contraveio do ali, sobrevem;
E por mais uma vez me pergunto, sou quem?
Sou quem, eu quero ser?
Sou quem, vocês gostariam que eu fosse?
Sou quem, eu quiser e quando eu quiser!
As vezes o preço é caro, mas estou disposto a pagar;
Só não me venha dizer vem por aqui;
Pois ali é que vou me aconchegar;
E com certeza se for por ali para trás do aqui eu não vou olhar;
Chegue mais perto não consigo ouvir sua voz;
Os que são daqui, não se parecem com os dali;
Não entendendo porque não quero;
Nenhum comentário:
Postar um comentário